segunda-feira, 20 de agosto de 2007

A Lei da atração e a Filosofia Oriental

O tema do seminário do grupo Nossa Utopia - que será apresentado no dia 27 - será "O Segredo e a lei da atração". Além de contemporâneo e altamente filosófico, o tema sugere dilemas e polêmicas que devem ser levantadas em tempos de "psicologias de galinheiro" ou até mesmo de "ondas de auto-ajuda".

A idéia central da série de livros e filmes - alcunhadas O Segredo - é expor didaticamente a funcionalidade da lei da atração. Baseada no princípio "xuxístico"(lê-se um neologismo!) de que "querer é poder", ela afirma e comprova com evidências cientificas (física quântica) de que o cérebro é capaz de liberar ondas eletromagnéticas que agem sobre qualquer matéria, modificando-a negativamente ou positivamente. Partindo do pressuposto de que E=mc² e que, portanto, toda energia pode ser transformada em matéria e vice-versa, a energia eletromagnética cerebral ( energia em movimento) pode agir sobre a matéria (energia parada).

Essa teoria de aparência nova, no entanto, já era discutida antes mesmo de Cristo. Óbvio que sem explanações ou comprovações científicas, os orientais já chamavam a energia em movimento de energia vital.Para comprovar a minha afirmação, publico abaixo um texto que explica melhor os fundamentos da chamada Filosofia Oriental - a qual prega a presença da unidade transcendental em todos os indivíduos vivos, ou seja, que Deus é toda a energia acumulada ou não no universo.

Espero que gostem!

A Energia Vital: Espaço Místico

No Oriente fala-se de um tipo de energia que está presente em tudo à nossa volta, ela influencia desde o mais simples ser ou coisa até os planetas. Esta força cósmica, que é relacionada à essência do Universo, envolve todas as entidades que nele existem e dá vida pois ela não fica estagnada em um lugar específico, mas se movimenta e como um rio sempre é renovada. Ela possui muitos nomes, na China chama-se Ch'i, no Japão, Ki e na Índia, Prana. O oriental vê nosso mundo com olhos diferentes do ocidental, deixando de lado uma visão racional ele procura se relacionar com as coisas à volta e sabe que tudo faz parte de um grande conjunto. Com este posicionamento, quando ele contempla um jardim de flores ou uma bela paisagem, sabe que a mesma energia que fez estas belas obras existe em seu interior e assim consegue dar mais valor a suas capacidades. Quando uma pessoa tem este ponto de vista, ela se relaciona melhor com tudo à volta e traz mais harmonia para sua vida, pois sabe que faz parte de uma grande entidade maravilhosa.

Nos oceanos ocorrem correntes de água, cada uma possui características distintas, uma é quente e rápida, já outra é fria e lenta, ou se diferenciam pela profundidade. O fluxo de energia pode ser comparado à estas correntes oceânicas, existe uma energia que engloba tudo, desde o mais simples ser até os planetas, mas dentro desta energia como nos oceanos, ocorrem correntes, que são a força motriz que renovam e dão vitalidade e poder. Através de séculos de observação, mestres notaram que podiam utilizar estes fluxos para realizarem coisas maravilhosas, muitos foram para o lado artísticos, outros para a manutenção da saúde ou para as artes combativas.

Na China principalmente, também apareceu a filosofia das mutações, Yin-Yang, os opostos que se completam, certamente relacionados ao fluxo da energia vital, que hoje é de uma maneira e amanhã poderá ser de outra. O jogo conjunto Yin-Yang em eterna mutação determina não apenas o relacionamento entre sexos, como também o equilíbrio de todos os outros pares, ou dos pares de conceitos que constituem uma unidade polarizada, como, por exemplo: corpo e espírito, consciente e inconsciente, o ideal e a realidade, direita e esquerda, governo e oposição, acima e abaixo, dia e noite, etc. Cada pólo tem valor idêntico ao outro, os pólos se completam e se necessitam mutuamente. No entanto, quando o equilíbrio habitualmente existente entre eles é perturbado, ambas as partes mostram o seu lado destrutivo e maléfico. Portanto, a meta não é incentivar um pólo em prejuízo do outro, por parecer melhor, porém visar um equilíbrio que beneficie ambos.

Os artistas orientais procuram colocar em suas obras a mesma energia que existe no modelo que escolheram, deve existir vida e a pintura através de seus traços e composição é comparada como um ser vivente. Um ponto de uma paisagem não representa uma águia, ele é o próprio pássaro. Os mestres da arte da caligrafia japonesa ( Shodô ), falam que quando escrevem o ideograma representando a chuva, é a chuva que está contida no papel e podem até sentir o sopro úmido quando chegam perto de sua criação. Massao Okinaka Sensei, único grande mestre de Sumiê ( pintura oriental ) no Brasil, um dia pintou um peixe gato com um só traço, a energia e vitalidade que ele passou para o papel foi tanta que parece que o peixe está se mexendo.Na manutenção da saúde, mestres aprenderam a canalizar a energia vital para através de toques ou exercícios controlarem e harmonizarem o fluxo que corre pelo corpo. Um fluxo interno bloqueado ou descontrolado causa doenças e sentimentos tristes, se retirarem estes "nódulos" a energia volta a se movimentar e assim a vitalidade volta a existir.

O Tai Chi Chuan é um destes exercícios, através de seus movimentos ele busca que o praticante se harmonize com o fluxo de energia e sinta que ele existe e está presente em seu corpo. Na China apareceu um meio de se harmonizar o ambiente através do posicionamento de certos elementos e posturas que uma casa ou local deve ter, é o Feng Shui, através dele procura-se canalizar de maneira benéfica o fluxo que corre pelo lugar.

O conceito de energia vital quando entendido faz muito bem para a vida e principalmente para a postura frente às coisas que acontecem. Tudo está contido em uma mesma energia, então todos fazem parte de uma mesma família, ou seja, são irmãos. Assim nosso próximo, mesmo que por exemplo seja diferente quanto à raça é nosso semelhante, a energia que um dia percorreu seu corpo hoje está no nosso, o mesmo ocorre com os animais, plantas e tudo que existe. Esta filosofia gera um maior respeito e aceitação das coisas que acontecem, deixando-nos preparados para realizar coisas mais belas, ao se sentir alegre por estar no meio de um lindo jardim ou quando brincamos com um cachorro cria-se um sentimento de bem estar e assim podemos desfrutar o que de mais maravilhoso a vida nos reserva.

Site Espaço Místico:
http://www.mistico.com/p/reiki/

Um comentário:

Anônimo disse...

Me engana que eu gosto

Tenho medo de ser preconceituoso. Isso mesmo, a palavra é “medo”. O preconceito nos torna injustos, cria resistências contra o novo, segrega e discrimina. Uma pessoa que acredita no desenvolvimento moral e intelectual do ser humano, deve abominar o preconceito. Por isso, eu me forço ao menos a conhecer o que me desagrada.

Não adoro pagodes nem música sertaneja, mas às vezes me pego ouvindo esse tipo de música e até cantarolando uma ou outra canção. Sim, de cada gênero musical, há o que se aproveite; assim como de cada estilo de qualquer coisa. Até a literatura de auto-ajuda eu me obrigo a conhecer. Ora, se milhões lêem determinado livro, certamente alguma coisa de interessante ele deve ter...

Pensando assim, forcei-me a ler The Secret (“O Segredo”), da australiana Rhonda Byrne. Tanto me falaram desse livro, tanto sucesso fez o seu DVD que, antes de criticar, resolvi conhecer.

Reconheci inúmeras razões para o sucesso de “O Segredo”, a maior delas é que diz exatamente o que queremos ouvir. Quem não quer ser imortal, rico, ter o parceiro, ou parceira, de sua vida ao seu lado, e tudo isso sem fazer força? Ora, é mamão com açúcar, como diria um velho amigo.

O livro trata os leitores como se estes nunca tivessem lido qualquer coisa antes, como se suas mentes fossem folhas de papel em branco, e o pior é que os leitores parecem realmente reagir como se não tivessem recebido nenhuma informação antes de conhecer o tal Segredo.

Ora, a força mental existe. Pode chamá-la também de poder de raciocínio, de abstração, de prever fatos. Sem ela, a espécie humana não teria prevalecido sobre as outras. Agora, impingir dons miraculosos a esta qualidade comum a todos os racionais, é forçar a barra, é apelar para o pouco alcance cultural da maioria das populações.

Pior: ligar a capacidade de ganhar dinheiro a uma pretensa superioridade de alguns poucos escolhidos, é brincar com a ética e os delicados problemas sociais que afligem o planeta. O livro de Rhonda Byrne diz que só 1% das pessoas detêm quase toda a fortuna do mundo, porque elas “sabem o segredo”. Será que incluiu traficantes, chefes do crime organizado e políticos corruptos nisso?

Um susto, uma revelação

Só depois de ler o livro e ver o filme é que tratei de tecer meus comentários a respeito. Não peço para que meus amigos deixem de vê-los, mas já vou prevenindo. Outro dia, entretanto, fiquei arrepiado quando vi minha filha com o tal “The Secret” embaixo do braço.

“Está lendo esse livro, filhinha”?, perguntei, tentando parecer calmo.

“Estou, e é bem legal. O cara está detonando”.

“Não é “o” cara, é “a” cara, uma australiana”.

“Não, papai, o dela é outro. Esse é o do Philip Hill, um professor americano, e está detonando o livro da Rhonda Byrne”.

Peguei o livro para ver melhor. A capa era parecida, mas era outro, sim. Pelo jeito o autor resolveu discutir cada detalhe do livro da australiana. Li a quarta capa e a introdução. Minha filha pediu de volta, pois ainda não tinha terminado a leitura.

Esperei dois dias e estou com ele agora nas mãos. Li em três horas, parando para analisar cada detalhe, checando algumas informações com os livros que tenho. Realmente, mesmo sem negar que a força do pensamento existe, o tal de Philip Hill, com muita classe e informações precisas como um bisturi, vai derrubando cada castelo de cartas construído pelo best seller internacional.

O livro se chama “Verdades e mentiras sobre a lei da atração”. É bonito, com capa dura, umas 160 páginas, baratinho. Mas o legal é que não brinca com a nossa inteligência. Pelo texto dá para perceber que o professor Hill deve ter ficado um pouco de saco cheio com o monte de exageros que encontrou nas páginas de The Secret. E deve ter ficado preocupado com o que esses exageros poderiam provocar nas pessoas, se é que já não estão provocando.

Fiquei feliz de saber que há gente como esse professor lutando para que cabeças como a da minha filha sejam poupadas da mediocridade geral. Entrei em contato com a editora que lançou o livro aqui no Brasil, mas fiquei sabendo que o professor Philip não quer papo. Quer se manter quase anônimo lá no seu condomínio perto de Los Angeles, com os filhos, os netos, sem entrar nessa corrida maluca pela fama e pelo dinheiro.

Entendi e respeitei sua privacidade, pois acho que faria a mesma coisa. Imagino que ele nem quisesse escrever livro algum, só escreveu esse, como professor que é, para tentar impedir que mentiras ganhem corpo e se espalhem pelos cinco continentes. Então, redigi esse artigo, que traduzirei para o inglês e colocarei também em sites e blogs dos Estados Unidos, apenas para que o sr. Philip Hill saiba que ao menos um pai no mundo ficou muitíssimo agradecido com o que ele teve coragem de escrever.

Carlos Virgilio Nepomuceno – São Paulo/SP