quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Idéia muito boa...

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Publicado em: 24/10/2007 16:46

Blog de jornalistas que contabiliza mortos em Pernambuco recebe prêmio
Redação Portal IMPRENSA

Criado em maio por quatro jornalistas pernambucanos, o blog PEbodycount recebe, na próxima quinta-feira (25), o prêmio Vladimir Herzog na categoria internet, no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo

Eduardo Machado, João Valadares, Carlos Eduardo Santos e Rodrigo Carvalho, jornalistas que cobrem a área da segurança pública, se inspiraram nos sites Iraqbodycount e Riobodycount para dar vida ao Pebodycount.

Além de contabilizar os mortos em Pernambuco, os jornalistas vão atrás da história por trás de cada morte e dos dramas vividos pela população de um dos Estados mais violentos do País, com análise e textos para reflexão. O site também abre espaço para depoimentos e denúncias de quem já sofreu ou convive com algum tipo de violência, através do link "Eu, Vítima".

A cada morte computada - de sua inauguração em maio deste ano até a última semana, o número estava próximo a 2 mil mortes- os profissionais reforçam a cobrança por ação e a busca por saídas coletivas. Eles não deixam o governo estadual, as prefeituras, as instituições e a sociedade esquecerem, por exemplo, que Recife é a quinta capital mais violenta das Américas (segundo pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e a capital brasileira com maior número de homicídios (de acordo com a Organização dos Estados Íbero-americanos).

Dividindo-se entre o blog, o trabalho em jornal e cursos de pós-graduação, os produtores do PEbodycount têm como meta para o futuro próximo fazer do blog o braço de uma organização não-governamental, cujo nome será CLIP (Centro Brasileiro para a Livre Informação Pública). É inspirado no Center for Public Integrity, que funciona em Washington e reúne 30 jornalistas que se dedicam ao jornalismo investigativo, sem patrão, sem prazo e com recursos.

Em cinco meses de existência, o Pebodycount recebeu 2 milhões de pageviews, com média de 20 mil visitas mês. Com informações do portal Yahoo.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Tropa de Elite e a revolução do funk proibido


“Um vai de Uru na frente, escoltando o camburão /Tem mais 2 na retaguarda, mas tão de crock na mão/Amigos que eu não esqueço, nem deixo pra depois/ Lá vem dois irmãozinhos de 762 /Dando tiro pro alto só pra fazer teste/Pa-ra-pa-pa-pa-pa-pa (tiros de metralhadora)”.
Trecho de Rap das armas

Em seu terceiro final de semana de exibição, o filme Tropa de Elite cativa o público e se consolida como a produção nacional mais bem sucedida do ano. Por volta de 700 mil espectadores o assistiram em 10 dias de exibição e, segundo cálculos do produtor do filme Marcos Prado, 2,5 milhões de brasileiros o prestigiarão durante a sua veiculação nos cinemas nacionais. Como afirmou o jornal espanhol El País no último dia 19, Tropa de Elite se tornou um “fenômeno social”.

Compreender a popularidade bombástica do filme foi o que tentou a mídia nacional durante o mês de outubro. Programas de entrevistas com o diretor José Padilha e bate-bocas de sociólogos com membros da polícia carioca foram de praxe, polemizando ainda mais os problemas levantados pelo filme. Dedos indicadores apontaram para todas as direções, tentando encontrar culpados ou inocentes no fogo cruzado da violência que acomete o país. Embora o assunto tenha sido debatido em demasia nas telinhas, o filme, ao invés de fatigar a população brasileira, instigou-a ainda mais.

Nunca o site de vídeos Youtube recebeu tanto material brasileiro sobre um mesmo tema. Jovens fardados como capitães do Bope, proferindo frases do filme como “Seu 02, o senhor é um fanfarrão” ou “Pede para sair! Pede para sair!” protagonizam uma lista de mais de 700 produções caseiras disponíveis no site. A música Rap das armas, que se legitimou como música-tema da obra, é uma das mais baixadas em programas de downloads. Devido ao sucesso, MCs Júnior e Leonardo foram recrutados por Padilha para gravá-la na trilha sonora do longa, que será lançada ainda esse ano.

Com insinuações aos conflitos entre policiais e traficantes nas favelas e com apologias ao crime organizado, Rap das armas faz parte de um subgênero cada vez mais em voga nos bailes funks cariocas: o proibidão. Com letras que vão desde a tentativa de valorizar o poderio das facções criminosas até a insistência em desmistificar os males causados pelo consumo de drogas, o tráfico tem nas batidas dessas canções um porta-voz de seus interesses e um cartão de visita à classe média, que as consome como mais uma música comercial, mais uma novidade das paradas de sucesso.

Desde a década de 80, o funk proibido é produzido por membros de facções criminosas nos morros e favelas do Rio de Janeiro. Só no final da década de 90, no entanto, o subgênero ganhou os asfaltos e as páginas dos jornais. O Rap do Comando Vermelho, que parodiava a música Carro Velho, da cantora Ivete Sangalo, causou grande polêmica social por seu conteúdo violento e por defender explicitamente o crime: “Cheiro de pneu queimado/ carburador furado/ e o X-9 foi torrado/ quero contenção do lado/ tem tira no miolo/ e o meu fuzil está destravado”.

Por estar configurado na lei criminal brasileira como apologia ao crime, punível com penas de prisão que podem ir dos três a seis meses, o funk proibido limitava-se a bailes nos morros e a cds – vendidos em camelôs e ouvidos por alguns jovens cariocas. No entanto, depois de Rap das Armas reger o enredo de uma das produções de maior sucesso cinematográfico nacional e ser convidada a fazer parte da trilha sonora de um CD que promete ser um dos mais vendidos no Natal desse ano, a história do funk proibido passa por uma revolução.

A música-tema de Tropa de Elite introduz ao mercado musical brasileiro o subgênero proibidão, permitindo que mais produções do tipo sejam lançadas e que o país inteiro dance ao som de batidas que simulam balas de metralhadoras. As façanhas e os ideais dos traficantes que expressam o ódio e o terror entre gangues não se restringirão aos territórios tomados por elas, mas agora também embalarão festas de casamento e bailes de debutantes, legitimando o narcotráfico e o crime organizado – propósito das canções. O consumo de entorpecentes e o porte de armas fomentados por músicas que fazem analogia às drogas e ao status que uma 762 pode trazer a um jovem se popularizarão em programas de auditório e de rádios FM.


Por mais que ela contribua com a atmosfera da primeira cena do filme - um baile funk no morro da Babilônia -, Rap das armas é uma música proibida por lei e até o momento a justiça não se manifestou sobre o assunto. Por se tratar de um sucesso nacional, é possível que a canção não seja vetada, contribuindo para que o funk proibido ganhe a legalidade e se expanda pelo país.

Se o subgênero, em sua estréia em circuito nacional, já banalizou a violência e valorizou o porte de armas, quem sabe o que vem por aí nas batidas violentas dos proibidões!?

terça-feira, 9 de outubro de 2007

HAHA Campanhas que gostaríamos de ver.



Para quem não consegue ler:

Vale a Pena ver de Novo

Tropa de Elite. Agora no Cinema.
Estréia dia 12 de outubro.

Kibeloco